sexta-feira, 28 de outubro de 2011

E aos que estiverem interessados...

Aqui está meu depoimento sobre o que tem se tornado e o que foi a minha vida até aqui...

De quando eu era um bebê, eu não lembro e minha família não tem o costume de ficar recordando... então vou falar de quando eu me recordo... eu lembro de minha cidade natal, meu pai trabalhava num escritório e nós morávamos no pátio da empresa, eu gostava de brincar com o grampeador e meu pai chamava ele de ‘perigo’, rss eu saia correndo de casa e ia lá brincar com o perigo, sempre lembro dessa parte. Meus pais decidiram voltar pra essa cidade que era onde meus avós moravam, minha avó paterna estava com problemas de saúde e meu pai largou tudo lá e veio ficar perto dela aqui, minha mãe falou algumas vezes que se ficássemos por lá hoje nossa vida financeira seria melhor, mas o amor falou mais alto e admiro meu pai por isso...

Não tive uma infância regada de brinquedos caros, nem de descompromissos, não sinto a menor falta disso, acredito que cresci muito ligeiro, com 7 aninhos tinha minhas obrigações domésticas como limpar a casa e esquentar o almoço, meu pai era motorista de uma empresa de materiais de construção e passei a infância vendo ele sofrer de sérias dores nas costas devido as sacas de cimento que ele entregava por ai, assim como via minha mãe sempre cansada e atarefadíssima com as obrigações da casa (das casas, éramos meio nômades, enchia o rio, estávamos nos mudando), ela passava dias limpando as casas dos outros por ai e a nossa quando chegava... era difícil, família grande, 3 irmãos, sendo que minha irmã tem problemas mentais, tudo sobrecarregava... Mas nunca faltou união entre os meus pais, que orgulho!

O tempo passou, meu pai saiu do emprego e fez a casa onde eles moram hoje, moramos um tempo com as tábuas sem pintura, sem forro no teto, sem conforto algum pra ser sincera, dividia o quarto com minha irmã e com as aranhas e insetos intrusos. Meu pai construiu a casa toda, não tínhamos dinheiro pra contratar as pessoas e essas coisas, enfim, aos poucos foram e ainda estão melhorando a estrutura da casa...

Quando eu tinha 14 anos, minha mãe veio com a novidade de que estava grávida,e em abril de 2004 nasceu minha irma caçula, da qual eu criei juntinho com a minha mãe, cuidava daquele bebezinho lindo como se fosse minha, lembro dos primeiros passos e palavras dela, das gracinhas e noites mal dormidas, lembro com amor, vejo ela crescer cada dia mais radiante, super esperta. Ahh essas crianças...

Nesse tempo ai eu estudava de dia, treinava voleibol a tarde e aikido algumas noites, tinha um namorado ( que hoje eu acho errado se envolver assim tão cedo). Mas são as coisas da vida, acontecem, passam, mudam.

Eu consegui entrar na faculdade pública, num curso que eu amo.

Passei por situações complicadas com a minha família, céu e inferno várias vezes... abalos e turbulências que ainda refletem em mim hoje. Nem tudo passa. Mas, foi nessa época que eu amadureci 20 anos ou mais... aprendi demais com os erros dos outros, aprendi principalmente a ser forte, há males que vem pro bem.

No primeiro ano da faculdade consegui grana (trabalhando num supermercado) pra comprar meu computador, logo até internet eu tinha, rs, tudo com meu esforço esse gostinho só quem conhece pode falar...

Conhecendo pessoas e novos horizontes: mudei.

Consegui a carteira de motorista e realizei mais um sonho, minha moto! Que honra! A suzukinha ou a Suzi Q, que depois foi re-apelidada, trabalhava de dia e a noite numa balada pra dar conta da prestação, ajudar em casa e comprar os litros de gasolina e xerox da faculdade.

No segundo ano da faculdade vivi algumas bebedeiras, me vi “amarela” pra conseguir vencer as disciplinas, estágios, loucuragens e trabalhos... minha mãe estava desesperada comigo, eu sumia no mundo, aparecia as vezes, e acho que ela não acreditava nos meus telefonemas, rs,tadinha.

Até que um belo dia (noite) fui chorar uma desilusão alcólica na casa de um amigo, 8 de novembro de 2008, e saí de lá sóbria, voltei num outro dia ( no seguinte, rss) assistimos um filme e saí de lá apaixonada! Dia após dia mais encantada, vislumbrava pelas ruas e corredores, frases lindas me eram ditas, poesias e sussurros nas madrugadas, sorrisos e gentilezas, filmes e canções e canções de amor, papéis nos bolsos, juras e mais frases lindas, algumas eu ainda lembro, acho que nunca me senti tão amada, nem pelos meus pais que sempre foram de certa forma rígidos nesse lado emocional da coisa.

Dias passando, noites, poemas e palavras, quando vi estava saindo de casa, louca de amor, duas trouxas de roupa e esperança que não cabia num caminhão! Fui muito feliz, ri muito, compartilhei coisas inéditas, experiências psicodélicas, amigos amando, vivendo. Mas a minha base forte de trabalhar e ter as coisas falou mais alto algumas vezes, tentei mudar a pessoa amada, tentei mostrar minhas idéias e achava que eram as mais certas, mal do signo talvez... não importa mais!

Mudamos junto, de endereço, de ideias, crescemos juntos, fomos felizes demais juntos, 1 ano e meio depois... engravidei!

Tive uma gravidez maravilhosa, tirando a parte dos vômitos e azias, estava sempre disposta e apaixonada demais por 2 vidas. O nome sempre soube, LAURA. Inexplicável, maior que tudo!

Continuamos tentando, mas só quem é mãe sabe que o amor mais forte do mundo precisa ser dia a dia cultivado, renovado. Bebês nos encantam a cada segundo que estão evoluindo. Minha filha é linda, inteligentíssima, encantadora, doce, fruto de um amor lindo,como o quadro com fotos nossas de um tempo atrás.

Mergulhamos em dívidas, em trabalhos, em egoísmo, acabamos discutindo com frequência, nos desentendendo com facilidade, culpando doenças e tarefas sobrecarregadas... eu fiquei meio paranoica, assumo, sempre gostei de ter controle das situações, minha filha acabou absorvendo cada dia mais essas desavenças, ficando doentinha, não suportei mais ver essa situação, pedi ajuda, fui tratada com desculpas, entendo as dificuldades das pessoas em assumir que não amam mais companhias, medo de me magoar talvez, todos sabemos que é difícil coisas assim... não vou julgar.

Saí de casa, hoje fazem 4 dias que tenho um novo endereço, praticamente nenhum luxo, passo horas olhando as paredes e armários semi vazios lembrando de como fomos felizes sem as frescuras que tínhamos por fim... móveis novos e tv a cabo, nada disso faz sentido, troco tudo isso por ver minha filha linda sorrir quando anda no corredor sem móveis, feliz pelo espaço vazio!

Sou simples, vou criar ela com o que eu puder dar, afinal todos devemos aprender a dar um jeito, nada vem de graça, não tem aquele gosto bom...

Esqueci o que mais eu ia escrever, me emocionei aqui,tô frágil demais ainda, mas acho que é isso, não tenho um propósito com esse texto, só tenho um nó dos grandes na garganta. Sou do tempo das ilusões, dos bilhetes de amor, de ser feliz com presenças. Vou me apegar nisso pra não ficar louca, não vou julgar ninguém, o erro é coletivo.

Faço História e hoje resumi a minha, desculpem.

Vou, talvez postar amanhã quando descolar uma internet de algum lugar.

25/10/2011 - 23:05h.



bléeee

terça-feira, 25 de outubro de 2011

chute

Fui chutada da vida de uma das pessoas que mais amei no mundo, talvez assim eu aprenda duma vez meu lugar nesse mundo nojento.
Vou pra casa chorar.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Parecer de uma segunda feira, blues?

eu tentei, com todo meu sangue...
mas nada que se possa fazer salvaria uma escolha já feita, um passo dado, um reflexo no espelho...
as pessoas (sim, eu gosto de generalizar), nascem e ficam cercadas de um mundo que lhes oferece oportunidades, caminhos, escolhas e imposições, o resto é com você.
Nessa minha vida ai, eu fiz muitas escolhas, me dei bem na maioria, eu não posso reclamar, a vida é justa com quem corre atrás...
nem tudo são rosas lindas e cheirosas, por isso minha tatuagem tem um botão que sangra... e sendo assim temos que aceitar. Não faço o tipo dramática, muito menos desistente, sempre tô disposta a enfrentar os paradigmas e obstáculos da vida, mas algumas vezes a aceitação faz parte desse processo, por que a gente cansa, machuca e ofende, não faz meu tipo, mas quando isso acontece quer dizer que não aceitei ainda, estou disposta a dar e levar mais uns tapas da vida... seja lá em qual for o campo da vida, eu tento.
Mas quando as pessoas pelas quais eu luto desistem, complica um pouco, muda tudo, me desarma, ai eu hajo conforme dá, do jeito que eu não gosto...

Eu procurei novos caminhos para novas tentativas, em vão? não sei... não quero saber. Alguns deles foram: família, amigos, cartomantes, médicos, muitos frascos de remédios, sus, sustos, gritos, desesperos, agressões, dramas, ofensas, palavras, espiritualidade, beijos, olhares, gestos, apoio, ofereci a minha saúde como saída... mas de que valeu tudo isso? Um dia talvez eu encontre a resposta, por enquanto só vejo lágrimas e uma visão deturpada de que pelo menos eu tentei...

Tentei salvar até mesmo quem já se entregou, resgatar uma vida linda que acho que só eu a vivi, uma família cheia de defeitos e perfeições que só existiu no meu pensamento,na minha esperança.

Tentei conciliar coisas e pessoas, atividades e dinheiro, sorrisos com lágrimas, brigas e afagos. Engoli muitas palavras e pedidos de ajuda, sorri muitas vezes que tive vontade de mandar muita gente tomar no cú. Cansei de escrever artigos e limpar a cozinha, tudo mal feito, improvisado, só pelo fato de não desistir. Fazer o almoço pensando na janta, trocar fraldas e me desesperar por que estavam acabando. Tudo isso não significa nada, não dói mesmo, a não ser pelo motivo de não receber um "muito obrigada" de ninguem, nunca.

Eu tô cheia de defeitos, assumo, aceito e tento melhorar dia após dia. Mas entendo as pessoas, não julgo ninguém, todos tem os seus motivos, motivações que seja... e de algum jeito a vida ensina, ou você aprende ouvindo ou se fodendo com as consequências, experiência de vida grita todo dia no meu ouvido quando bate as 12:00 h.

isso aqui está ficando um amontoado de desabafos que talvez só eu entenda, mas é por ai mesmo, uma hora você entende que precisa de uma dose de egoísmo ou de comprimidos calmantes. Ar.
Deixo claro que não desejo o mal à ninguém, nem mesmo as pessoas que tentaram me derrubar na cara dura, sem dó, sem vaselina. Cansei de tentar disfarçar minhas olheiras com pó compacto, de estender as mãos a quem se sente marcado para morrer, de esperar os numeros da loteria aqui na porta, de ver a esperança abrir os portões as12:45 h. de ligar para a polícia e para minha mãe.

Eu ainda estou na vantagem nessa vida, apesar dos pesares, não posso reclamar, e não estou desistindo de tudo, ainda tenho que lutar por mim, e por uma vida, como diz mesmo... acima de todas as coisas?? ah esqueci a palavra bonita pra dizer que por minha filha, meu pedaço melhorado da minha carne e da minha mente, ficarei em pé, firme, forte e eterna se for preciso...
quem quiser me acompanhar, é só lutar comigo, mas aviso que não é nada fácil essa vida. Mas os desafios eu sempre tiro de letra, baby.

Desculpem as loucuras dessa cabeça descabelada e durona, que suporta um coração frágil e partido, que sustenta pernas que já foram bonitas um dia, mas as veias estão trabalhando na perfeita ordem do caos.

A beleza não me seduz tanto quanto uma determinação me provoca...

Bruna, Outubro de 2011, dia das crianças, eu, você, ela, nós, vós, eles.